O novo acordo privilegia a fonética, aproximando a língua escrita da língua falada; no que toca às diferenças orais e gramaticais, permanece tudo na mesma, quer em Portugal como no Brasil; como a ortografia vai ficar muito semelhante à forma como falamos, os alunos vão errar menos. Com o acordo, pode-se verificar que a língua está em constante evolução, bem como algumas mentalidades, porém, nota-se que vai existir uma certa dificuldade em implementar o acordo em determinadas camadas sociais; em contra partida, nas escolas não vai haver algum período de transição e isso vai fazer com que a mudança dos manuais escolares, gramáticas e dicionários tenha de ser feita de imediato; o novo acordo não vai integrar alterações trazidas pelos países africanos, sendo as mesmas viradas para Portugal e Brasil.
O mundo muda. Tudo, um dia, evolui. Chegou a hora da nossa língua. Se nada disso acontecesse, ainda estaríamos falando e escrevendo “vossa mercê”. Hoje usamos o “você”, e é bem provável que o “vc” não esteja tão distante da incorporação.
É estranho dois paises falarem a mesma língua e usarem grafias diferentes. Segundo José Luiz Fiorin, professor de lingüística da USP, a montagem de documentos internacionais tem de ser feita nas duas ortografias, brasileira e portuguesa.
O Acordo foi proposto como forma de simplificar e padronizar a língua portuguesa, já que ela é falada por mais de 215 milhões de pessoas, ou seja, é a quinta língua mais falada no mundo. Assim como a língua inglesa é padrão e referência no mundo inteiro, o português terá seu padrão a ser seguido em todos os países que falam a língua de Camões. É uma estratégia de driblar o espaço e o tempo, responsáveis pelas milhares de variações que podemos encontrar na análise dos textos ao redor do mundo.
O linguista Marcos Bagno escreve um excelente artigo em seu site destacando a importância política do acordo. Ele prefere a expressão acordo ortográfico à reforma ortográfica, pois não ocorrem mudanças radicais, uma vez que só houve alterações em cerca de 0,5% das palavras do português falado no Brasil.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), haverá um período de transição entre 2009 e 2011 (ou seja, permitindo as duas grafias como corretas) para todas as adaptações possíveis da ortografia, incluindo editoras, currículos escolares, vestibulares, concursos públicos e demais recursos usuários da língua portuguesa.
O acordo deve ir para a frente, principalmente para mostrar às mentes mais conservadoras, que a mudança traz sempre algo de bom, podendo assim alterar um pouco a maneira como vemos o mundo e principalmente aproximar-nos dos países lusófonos.
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