quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Minha Última Fantasia...

QUARTA...QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO SEGUNDA, TERÇA, QUARTA.....DIA APÓS DIA,VIVO UMA FANTASIA...
NEM SEMPRE É CARNAVAL, NEM SEMPRE É BATUCADA, ALGUMAS É PORRADA MESMO E OUTRAS PARECE MAIS HALLOWEEN, PORÉM, É SEMPRE FANTASIA,
A HORA DA CHEGADA, DA PAZ, DA FELICIDADE, DA VIDA...
NO ENTANTO, EU NÃO ESPERO A VIDA CHEGAR PRA SER FELIZ, NEM ESPERO A TAL DA FELICIDADE, PRA EU ME SENTIR VIVO, EU TENHO ALGO MUITO PRECIOSO,
O SIM QUE O UNIVERSO ME OFEREÇE, EU TENHO O SIM DA MINHA CONCIÊNCIA..
E A IMAGINAÇÃO, PRA VOAR...VOAR, VOAR.....
SE É CARNAVAL OU SE JÁ FOI, O QUE IMPORTA? AS VEZES ME SAIO BEM, NA ENTRADA, OUTRAS ME ENRROSCO NA EVOLUÇÃO, MAS A ALEGORIA, NUNCA FALHA, AS CORES. AS FORMAS, O MOVIMENTO..DO CONJUNTO..AHHH...BELO DESFECHO ..PRO MEU CARNAVAL...MINHA ÚLTIMA FANTASIA... REI DE MIM MESMO....

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Meu Mar

Assim percebo que sou,
não outra coisa
Se não barco ancorado,
no mesmo lugar
No mesmo porto
A espera do que não se sabe
Do que não se tem

Há espera
Mas me vale tudo isso!
E encho-me de uma esperança
E preciso encher-me, de tal forma
De tal jeito, que já não sei

Estendido na imensidão do mar
Esperando cada onda, cada maré
Cada temperatura

Meu mar, meu mar!

Já e teu meu barco
Minhas viagens são para ti
Escorro-me tão somente
Pelas suas veias
E são elas que me conduzem
Por onde me guio
Por onde vou.

Por: Luca Neves escrito em: 29/04/06.
Por todas as coisas que buscamos e desejamos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

"F" de FOLIA?!



"F DE FOLIA?!"
por Cako Luiz
A FOLIA VARA A NOITE!
ENTORPECIDOS PELAS BEBIDAS...
CONFINADOS NA MENTIRA DESLAVADA,
DO NOSSO BIG BROTHER DIÁRIO,
RESVALANDO ENTRE O REAL E SURREAL
NA SARJETA DO ONTEM...
NO BUEIRO DO AMANHÃ!!
DESCAMBA A IRA...
DO TER POR NÃO TER,
DO SER APENAS POR SER
NO DESFILE DAS VAIDADES...
QUAL É A VERDADE?!
SAMBA NO PÉ...
MANGA NO PÉ...
E TOME MAIS RETICÊNCIAS...
SEM COERÊNCIA,
SEM DINHEIRO,
SEM EMPREGO,
E O QUE COMER?!
AQUI NO BRASIL
A CRISE NÃO ENTRA(?)
(DISSE O "MAL" DITO LULA)!!!
PULA...
DEIXA PRA LÁ...
ACABOU O MÊS,
ACABOU O SAMBA,
ACABOU A FOLIA...
....E VIVA A (!AGONIA!)VIDA REAL!!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Made in Brazil




Nas históricas ruas de Lençóis (BA), na Chapada Diamantina, nativos e turistas comemoram a maior festa brasileira. Nos bares, pessoas de todos os cantos respiram ares de festejos em meio à essência mística latente da região.

Pelas vielas é possível encontrar várias faces, idiomas, dialetos e culturas diversificadas. Nesta época do ano, aumenta a quantidade de estrangeiros atraídos pela beleza insuperável das trilhas, grutas e cachoeiras da Chapada Diamantina.

Proporcionalmente, cresce o turismo sexual, homens maduros sem constrangimentos acompanhados de moças com menos de 16 anos. Algumas agências de turismo na Europa incluem nos pacotes estadas em lugares rodeados de belas paisagens, com opção de noites animadas regadas à folia, caipirinha e ninfetas à la vontèe.

Embora, seja um tema bastante discutido pela sociedade, pouco se tem feito, em termos de políticas públicas, a fim de amenizar a situação. Resumindo: o carnaval vai, o carnaval vem e a problemática é a mesma.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Retalhos de Cetim


Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era só o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim,
Minha escola estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim.
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.
Mas chegou o carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha,que eu tanto amei.


Benito de Paula


A canção nos mostra claramente um exemplo de:

expectativa
s. f.,
esperança baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas; esperança; probabilidade; expectação.


Até que ponto é bom ou não criar "Expectativas" ? Essa questão abrangente demais acaba sendo motivo de reflexão hoje. Se criamos expectativas em algo que não temos, e acabamos por fim não conseguindo conquistar gerando uma frustação, isso poderá ser considerado bom? E por outro lado se não temos expectativas não estamos deixando de sonhar? De voar mais alto com os fatos que podem ser interessantes? Talvez a resposta seja muito complicada, por isso acho melhor encontrar o meio termo, saber dosar as expectativas que o nosso dia-a-dia acaba trazendo...assim não deixando de tirar os pés do chão quando alguma situação ou alguém nos propicia isso, podendo voar...voar...com segurança, sempre.! Bom Carnaval...voe com responsabilidade.


...Bons ventos...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Samba Menino

Samba menino.
Que tua dança tem encantamento de vida
Que o Divino se converte em curva e se faz pequeno.

Dança,
que teu carnaval é longo,
teu chorar é profundo e
tua paz serena.

Samba menino,
que o teu sono já vem
e teus sonhos ninguém pode tocar.

Encoste em algum lugar que seja santo
e com o som de um canto deixe a noite passar

Por: Luciano Carvalho
(25.10.06)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

E na apoteose da vida...


E NA APOTEOSE DA VIDA...
por Cako Luiz

Amanhece...
Ouço ao longe!

Um choro...
Tambores...
Anunciação!!

Na aurora se anuncia
Fruto de uma paixão.
Do silêncio nasce um grito
Nova vida, como um mito
Nova vida, salvação!

No ventre se origina
Esperança do amanhã,
Embalada nos abraços
Crescendo de pés descalços
Na terra, pisando o chão!

O tempo passa depressa
Transformando a esperança
Guardando dentro do peito
Assim como um amor perfeito
Tambores como herança!

Na apoteose da vida
Entre vírgulas e reticências,
Criança aflora em música
Fotossíntese da natureza
Eu ouço, como é linda
Sua melodia, ai que beleza!

No fim...
O fim não se acaba
O mundo continua a girar
E ainda resta a certeza
Que mesmo em sua pobreza
Existe grande riqueza
Na arte de propagar!!

Agora,
Mesmo sem rimas
Termino minha indagação,
A folia sempre renasce
Como num toque de mágica
De geração em geração!

Anoitece...
Ainda ouço ao longe

Novo choro...
Tambores...
Renovação!!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Baile de Máscaras


A noite de devaneios e festejos reluzentes prometia encontros lúdicos e arrebatadores. Expectativas e anseios por sensações que tocam o coração.

Num primeiro instante, o olhares se encontram e se desviam aleatoriamente pelo salão.

Num segundo, os olhos se descobrem com intensidade de tal maneira como se o tempo parasse por um instante.

O processo de descoberta estimula as fantasias, indagações e alimenta desejos.

A máscara que cobre as faces traz mistério e instiga. As almas são enfeitiçadas pelo interesse no enigmático.

A face oculta, mergulhada no encanto e fantasia, é o Graal que pode se desfazer na revelação e desviar-se para a realidade.



sábado, 14 de fevereiro de 2009

...E a maior Folia foi dele:


"Uma camisa e um terno usado
Alguém me empresa?
Hoje é sábado
E eu preciso ir a festa"









"Semente de amor sei que sou, desde nascença
Mas sem ter brilho e fulgor
Eis minha sentença

[...]Foi Beijo que nasceu e morreu
Sem se chegar a dar."






"Ouça me bem amor
Presta atenção:
O mundo é um moinho,
vai triturar teus sonhos
tão mesquinhos
vai reduzir as ilusões
a pó."









"A Sorrir
Eu pretendo
Levar a vida
Pois chorando
Eu vi
A mocidade perdida".






Cartola

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Lá vai ela, descendo o morro, com o coração na mão...
afinal é hoje, q ela recebe a coroa de rainha,
Sim ela é uma rainha, seu estomago grita de fome,
mas ela desce, apressada e feliz desviando das balas,
Que ela ja nem nota mais, ladeira a baixo, lá vai ela...
de onde está, já escuta .a bateria, compassada e forte,
Mágica, alucinante, tocando em frente..seu samba enrredo
Aquela fantasia era enorme, e um pouco desajeitada, mas o que importa?
se nos próximos dias,ela será a rainha, estar lá em cima na torre..no topo
a Apoteose será pequena pra sua grandeza...
Sorria, sorria q todos estão ali para te ver,
Maravilhosamente, ela samba, canta,encanta
enfeitiça, seu corpo escultural, curvas de uma deusa
suor...ahhh...aquela energia irradiando dela, como se fosse um sol..
Emfim a coroa, emfim és rainha, és dona da noite e de todos
Quatro noites e dias ..de glória, quase sem dormir, cançada,
Já nem sente mais os pés nem as pernas...
mas o coração é tudo q ela sente..
Quarta feira, mais samba, mais folia, afinal sua escola ganhou
e passam as hs...e qdo se dá conta esta subindo o morro...
no piloto automático pq suas pernas, se movem
meio que por milagre, na sua mente só as imagens das noites q se passaram
Lar doce lar...de madeira, lata e coração
dorme minha rainha agarrada a sua coroa
deita, e dorme ..e continua a sonhar..
no seu leito de papelão.....

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Noites de Orfeu


Vou para as noites de Orfeu
Beberei e beberei
Até que minha alegria transborde
Até que meu corpo embriagado dance
E passe a noite, sobre outra noite
E a hora sobre outra hora

E todas as coisas que me são tão próximas
Atirarei a minha própria sorte
Para que aqueles que me amam
O façam intensamente
E os que me desprezam, me esqueçam
Como uma onda que se vai na praia

Vou rasgar as vestes que me agridem
Que me corrompem
Deixarei a minha verdadeira roupa a mostra
Estarei nu, para dançar a música de Orfeu
Para me deixar solto aos caprichos da canção

Vou olhar nos olhos ardentes
Daqueles que querem de mim
Que a festa seja festa
E que eu seja o palco
O cenário perfeito
A cortina escancarada
O riso despojado
Os pés saltitantes que se fincam na terra

Vou pegar a moça e o moço
Dançarei com eles, os farei dançar
Por que assim como eu, Orfeu
Que em noites de festa
Não para um só momento
E suas cordas, sua boca, sua mente.
Tudo canta na alma de Orfeu!

Mas a festa, ainda que boa
A noite ainda que lua
A moça ainda que tua
Queira repassar todos os cantos
E todos os contos, não poderá!


(por Luciano Carvalho, produzido para o Sarau: Noites de Orféu - Meu Universo, Meu Silêncio Minha Música em Dezembro de 2005. Essa poesia ofereço especialmente ao artista João Paulo Santos, que foi o primeiro a interpretar um texto de minha autoria. Ali foi um começo de uma história que já tem um passado significante, onde agradeço a muitas pessoas. Entre elas a belissima forma em que o João execultou essa poesia).

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A FOLIA DAS BALAS!

Cako Luiz

AO SOM DO FREVO,

FOLIÕES PULAM...

(DESPENCAM LADEIRA ABAIXO)

CAINDO NO RIO DA VIOLÊNCIA

...DESENFREADA...

AH, QUANTA SAUDADE DAS MARCHINHAS

E DAS NOITES INTERMINÁVEIS

DE ALEGRIA...

UTÓPICA!!

HOJE O SOM DE BALAS

RASGAM O CÉU!!!

PIRILAMPOS INCANDESCENTES

APAGANDO OS SONHOS,

VIDAS...

FAMÍLIAS...

CRIANÇAS!

O FREVO CORTA A NOITE...

E NA ROLETA RUSSA

DA CURTA VIDA ,

"MOLEQUE" E VIDA SE ENCARAM!!

UM CORPO TOMBA...

UMA VIDA PARA!

MAS O FREVO....

CONTINUA!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Culto ao belo de Narciso


Na festa da carne, a maioria dos foliões quer a perfeição nas formas, com abdomens e silhuetas bem definidos.


Pesquisas recentes comprovam que 70% das mulheres brasileiras almejam aumentar os seios. Inclusive, desde o final de 2008 o movimento nas clínicas que realizam implante de prótese de silicone teve aumento de 40%.

A vaidade move o homem e, causa sensações rápidas de satisfação e felicidade momentânea. A busca pela perfeição física, atrelada ao conceito de belo(do ponto de vista greco-romano), tem a ver com a necessidade quase obsessiva de alimentar o ego humano.

A vaidade, em doses equilibradas não significa malefício, o problema é que a ditadura do belo pode criar limites, a ponto de sufocar. Mais vale se entregar à folia, sem quaisquer neuras, não importa a gordurinha a mais ou o seio “desproporcional às formas”( diriam algum patrício romano e cidadãos da Grécia Antiga).

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Deixa Dilson, Vamos Nelson! - Gonzaguinha

Pra quem foi...foi bom demais
Pra quem não foi...é ruim?!...
Pra quem está...ai que legal!
Pra quem não tá...é ruim?!
Pra quem gozou...arrasou!
Pra quem gorou...foi ruim
Pra quem é...tudo é com fé!
Nada será pra quem não é
Por favor, não se incomode
Não abra a porta pra mim
Deixa que eu transo o caminho
Porque eu prefiro que seja assim
Eu já fui, tô lá, gozei
Tenho fé e tudo será
Deixa'dilson, vamos nelson
Sai de cima e deixa andar
Tira essa inveja do olho
Deixa a vida entrar
Deixa a alegria viver
Calma que vai melhorar
Tira a ansiedade do peito
Relaxe e vamos gozar


De nossa parte e tome baile

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Samba de Jandira / A Reza


Pesca um canto no ribeirão.
Pescador um sonho vive.

Pescador, pescador, que sobre
O céu vive um sonho.
Que em seu sonho vive um encanto
E em seu encanto vive Jandira

(Jandira, passa com o cesto na mão)

Ah Jandira. Mulata dos meus encantos
A minha pesca não é sorte,
enquanto não passas por mim.

Os meus braços ficam mais fortes.
E minha rede não é outra coisas
Se não o meu coração, que invade
teu mar.

Cada peixe, um peixe.
Cada flor, uma flor.

(Toque de lamentação. O pescador
fica triste por saber que Jandira
já tem um amor).

Mas os peixe que recolho
Não são para Jandira.
Assim como os peixes
Cozidos por Jandira
Não são para mim.

(o pescador cita A Reza)

A Reza

Se eu rezar Ave Maria
Toda tarde, todo dia
Hei de logo ir para o céu

Mas rezo sempre e
Todo dia, pra ganhar
Meu próprio céu

Nem altura, nem azul
Mas foi Deus que modelou
Peço a ele na minha reza
Cuide bem do meu amor

Se eu não rezo um santo dia
Santa dor, queima meu coração
A prece é minha alegria
De amar sem ter razão

Meu joelho dói um pouco
Para mim esta tudo bem
Se a prece do dia-a-dia
Todo dia traz meu bem

Pra este céu que tanto rezo
Não penso em logo ir.
Quero antes nesta terra de
Meu céu usufruir

Tanto rezo que nem quero
Nesta vida outro bem
Só te peço que me valha
O amor que me convém

Ah se a mãe do céu me ouve
Serei grato em canções
E com flautas e violas
Darei tom a esse som

Diminuo a minha prece
Para outro rezar também
E se o céu assim conhece
Lhe dará um amor também

Peço aos anjos que mensure
Toda minha dedicação
E que guarde com carinho
Quem carrego em meu coração.

(Breve recita do pescador)

Que céu é esse que vejo de longe?
Que por ventura anima meu canto.
Minha sereia.
Negra como a noite.
Que desliza sobre a areia da praia.
E acompanha a maré com seu gingado.

Sobre teu mar sereia.
Vem sereiar.
Sobre o chão que pisaA Rainha do Mar.


(por Luciano Carvalho, produzido após o Sarau: A Casa - Contos Noturnos em Janeiro de 2007. Ofereço de modo especial aos artista que conheci na ocasião: Jeff Fêlix, Elisangela Parra e Luciana Rodrigues, que nos alimentaram de forma tão singela da arte explêndida do teatro).

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quando chora o Pierrô!

por Cako Luiz

Porquê chorar?

Porquê sofrer?
Porquê se foi?
Porquê , Porquê?

Sofre o coração!
Sofre o coitado!
Sofre apaixonado!

Sofre Pierrô!

No passado alegria!
No passado o amor!
No passado se sentia!
No passado se acabou!

Trocado, amor em vão!
Trocado, deixado assim!
Trocaram o seu amor!
Pelo amor do Arlequim!


Com um beijo conquistou!
Com um beijo encantou!
Com um beijo, só um beijo!
Com um beijo abandonou!

Sem sorriso, dos seus olhos
Uma lágrima caiu...
E o sorriso do palhaço
(A tristeza não combina)
Trocou a vida pela morte
Pelo amor de Colombina!


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Folias de outrora



Por Letícia Veloso


O carnaval de hoje é uma grande indústria repleta de luxo e glamour das milionárias escolas de samba. O maior espetáculo da Terra é status, um rentável negócio apoiado no turismo que movimenta milhões de reais no Rio, Salvador e Recife, disputados destinos da folia. Este é o contexto da indústria cultural que molda valores, padroniza hábitos e influencia gerações inteiras.

Excessos de saudosismos à parte, gostaria de viajar no tempo e presenciar o carnaval em sua essência.Quem sabe encarar os blocos que invadiam as ruas e vielas tomadas por foliões fantasiados num ânimo contagiante. As folias seriam repletas de leveza e simplicidade ao som da pioneira Chiquinha Gonzaga e suas primeiras marchinhas, bases de um ritmo marcante, o choro .

De volta ao plano físico, o que restou de antes? Nota-se que no século XXI os conceitos estão deturpados, o erudito se isola e o popular se confunde com a cultura de massa, produto de nossa geração. Estamos numa crise de identidade?