domingo, 25 de janeiro de 2009

Por que escrever sobre música?

Por: Marcelo Rodrigues da Cruz

Lembro-me de uma ocasião, ainda muito pequeno sentado no chão da minha casa anterior, no bairro da Pompéia, de assistir a um desenho animado da Disney, que falava sobre música desde a idade das pedras. De como o primeiro som havia surgido e como a junção e fusão destes sons diferentes formavam a música. Era fascinante ver (e ouvir, é claro) como esse pretérito fez com que minha personalidade musical começasse a dar seus primeiros passos em meio à minha confusão de pensamentos.

Tornei-me um amante inveterado em uma vasta caminhada, que até onde me conheço, não tem volta! Meus passos seguiram as horas e perpassaram o tempo, incansáveis, onde os anos em si consumiram todas as minhas atitudes da juventude, nesta magia que quase nunca se repete.

Mas por que falar sobre música? Parece que isso possa oferecer algum interesse?

Há tantas outras coisas a solicitar, a mobilizar a atenção e o entusiasmo do público… A música! Isso é velharia, um capricho nestes tempos dinâmicos do desporto, da investigação atômica e das reportagens jornalísticas fulminantes. Mas eu posso responder o por que:

Porque onde as palavras falham, a música fala!

Por que em qualquer lugar do mundo esta linguagem é entendida e compreendida. Mesmo que os mais leigos e menos esclarecidos deixem de entender seus enredos, suas letras. Qualquer junção de sons que forme uma melodia é sentida por exatamente qualquer um, sem exceção, tenha ou não algum tipo de limitação ou deficiência.

Gostos à parte, não conheço alma viva que não goste de um gênero musical em específico, seja ele qual for.

O fato é que aprendi que posso senti-la percorrer cada veia do meu corpo, pura, indissolúvel. Que verte em cada poro da minha pele, melhor e mais forte do que a mais potente droga, do que a mais poderosa força metafísica já descoberta ou inventada. O que me impulsiona a cada dia por novas descobertas.

É claro que isso não faz de mim o mais sábio dos homens, mas "A vida é um sopro de desejo sem direção única" e esta frase (que até onde eu me lembre não me foi dita por ninguém) não cessa de martelar no interior da minha mente.

Minha proposta aqui é de oferecer, compartilhar um pouco, daquilo que aprendi, me sentirei extremamente honrado em fazê-lo, bem como aprender também com a experiência, sentimentos e vivências de cada um, sobre esta fascinante arte que é a música.

Tentarei ser o mais imparcial possível, sem deixar minhas concepções e filtros de lado, mas deixando toda minha ecleticidade falar em nome dos gêneros, ritmos, gostos e possibilidades musicais.

De fato, é curioso como no mesmo espaço, o tempo consegue tornar anacrônico o que se disse ontem e atual o que se escreveu há 100 anos!

O tempo? Ou nós?
De minh’alma, para sua alma.

2 comentários:

  1. Oi.
    Achei interessante seu Blog; Os textos são ótimos.
    Até breve.

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  2. "A poesia, sim, é o reino das palavras [...]. E há estados de alma que nem a poesia consegue descrever ou mesmo sugerir, e é nesse ponto que a música pode ser chamada em seu socorro." (Érico Veríssimo)

    Adorei essa sua frase o sopro. A vida acontece mesmo a partir de seus próprios caprichos, às vezes fora de todas as probabilidades.

    A música, na minha opinião, é expressão da alma. Sem ela, como seriam os apaixonados? Quem passaria por um pé-na-bunda no silêncio? Quem não canta e dança no momento de alegria? Que religião a dispensa? Mesmo quem não sabe cantar, murmura para Deus pensar que está cantando... rs!

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