segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Folias de outrora



Por Letícia Veloso


O carnaval de hoje é uma grande indústria repleta de luxo e glamour das milionárias escolas de samba. O maior espetáculo da Terra é status, um rentável negócio apoiado no turismo que movimenta milhões de reais no Rio, Salvador e Recife, disputados destinos da folia. Este é o contexto da indústria cultural que molda valores, padroniza hábitos e influencia gerações inteiras.

Excessos de saudosismos à parte, gostaria de viajar no tempo e presenciar o carnaval em sua essência.Quem sabe encarar os blocos que invadiam as ruas e vielas tomadas por foliões fantasiados num ânimo contagiante. As folias seriam repletas de leveza e simplicidade ao som da pioneira Chiquinha Gonzaga e suas primeiras marchinhas, bases de um ritmo marcante, o choro .

De volta ao plano físico, o que restou de antes? Nota-se que no século XXI os conceitos estão deturpados, o erudito se isola e o popular se confunde com a cultura de massa, produto de nossa geração. Estamos numa crise de identidade?

6 comentários:

  1. Ou quem sabe, num contexto anamórfico criamos uma identidade mutante, que se transforma e se molda sempre influenciada pelo modismo, diga-se passageiro, que muitas vezes não acrescenta nada, só deforma o que se levou decadas pra se criar!
    Tenho pena dos nossos filhos....

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  2. É verdade Cako, o que restará para as futuras gerações?

    Quais serão as questões daqui a 50 anos?

    Letícia Veloso

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  3. Muito nos falta, como seria bom se antigos costumes fossem novamente valorizados, porém a situação ficaria mais fácil se tentassemos mudar alguma coisa, nem que seja com uma conversa, ou uma demonstração do que foi a essência desse tempo! Talvez isso ajude, pelo menos um pouco (a nossa parte) o blog ajuda a fazer e trazer reflexões não é mesmo? Adorei o Post Le! Parabéns! ...Bons ventos

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  4. Que bom que gostou, Filipe! O blog traz todas essas reflexões, né? Precisamos, ao menos sentir suavemente as folias do passado!

    Bons Ventos !!!!

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  5. Acho que no fundo estaremos sempre em crise de identidade. À medida que as coisas vão mudando, velhos hábitos vão se tornando arcaicos e às vezes fica difícil acompanhar o ritmo das mudanças. Aí, crise.

    A única coisa que, na minha opinião, não mudou e não vai mudar é a capacidade que o dinheiro tem de transformar valores sólidos em coisas relativas. É a famosa história do "pagando bem..."

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  6. É verdade, amiga.

    Mindo capitalista! Tudo tem um preço.rssss

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