domingo, 8 de março de 2009

Música - 001

Mulheres.
Dia internacional das.

Tá... poderia falar aqui da história do dia. Poderia falar como isso começou... Exaltar a feminilidade... enfim... Poderia entrar de cabeça no tema de uma forma comum, afinal coube a mim escrever nesse dia “tão interessante”.

Não obrigado.

Prefiro analisar função/finalidade/sentido da data em si e falar um pouco da relação que tenho com o feminino, desse jeito, quem sabe consigo fugir um pouco do sentido capitalista da coisa.
Adoro a idéia de termos um dia para refletir sobre a questão. Um dia para TODOS juntarem energia em volta do tema e discutir as mudanças de paradigmas, para poder vislumbrar um novo momento. A pena é que datas assim sempre acabam virando produto e só. Até a idéia de homenagem vira um pouco obrigação. O sentido útil dessa data, num âmbito realmente internacional/mundial, só existirá quando for um dia de homenagem e reflexão. Muita reflexão.
Minha relação com o feminino?! Vejo-o em tudo. Somos filhos das mães, hoje em dia, muito mais do que dos pais. Acredito na “feminilização” da arte e dos costumes em geral. Acredito na evolução da espécie passando por esse estágio. Só assim talvez teremos um certo equilíbrio depois de tantos anos de predomínio masculino. Problemas?! Muitos. Distantes do equilíbrio?! Hehehehe... bastante! Acredito que precisamos aprender a TEMPERAR essa mistura de porções. A balança ainda pende hora muito para um lado, hora muito para outro.
Falar de homenagem é até sacanagem... e chover no molhado. De qualquer forma acho totalmente justa e necessária. Isso aprendemos bem a fazer. Precisamos agora, nem que durante apenas 5 minutos, inicialmente, a refletir sobre o quanto já conquistamos e o quanto/como conquistar mais.

Parabéns a todas.

(...)

Ok. Registro feito. Agora, música.

Vamos abrir falando dos Paralamas, eles que lançaram, neste último mês, um novo álbum: “Brasil Afora”. Após 4 anos desde o último de inéditas, “Hoje”, o trio carioca traz uma versão mais aberta e alegre de sua música.
Li várias críticas a respeito desse álbum insistindo nos termos “descompromissado”, ”solto” e outros nessa linha. A impressão que tive foi um pouco diferente. Há algum tempo vínhamos observando a banda um pouco sisuda, mesmo antes do acidente do Herbert. Vejo nesse álbum uma tentativa de retomar a linha e o espaço que eles conquistaram na década de 90 com um visual pra cima, um som cheio costurado por melodias de fácil digestão e letras nem tanto. Som cheio? Confere. Melodias fáceis, letras simples mas com um fundinho de engajamento? Confere. Energia? Não muita.
Grande parte da produção do disco passou pelas mãos de Carlinhos Brown que fez um trabalho muito bom. Em vários momentos tive a impressão de ouvir arranjos e até timbres do CD “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor” da Marisa Monte. Coincidência? Hehehehe... Sei lá...


Para escutar, segue o link abaixo (só consegui ouvir usando o IE):
http://app.radio.musica.uol.com.br/radiouol/cdcapa.php?artista=Paralamas-do-Sucesso&album=Brasil-Afora&codcd=010765-7

Quem também lança álbum de inéditas são os senhores do U2: No Line on the Horizon. Senhores sim, ultrapassados não. Com todos integrantes adentrando a casa dos 50, o U2 mostra que ainda sabe soar atual e que está de olho no que acontece no mundo da música.
Menos rock que “Vertigo” e com um som inchado com sintetizadores e reverbs, “No Line” traz uma tendência oitentista que não é mais novidade para ninguém e de algum modo estamos até já estamos nos acostumando a ver por ai. Cabe dizer que se trata de um estilo muito técnico e poucos conseguem se aventurar por esse caminho com competência suficiente para não parecer piegas. De qualquer modo, toda essa influência não tem nada a ver com saudosismo particular dos “senhores - rapazes” do U2 e sim com uma tendência geral. Ponto pra eles. Acertaram mais uma vez e devem engordar mais ainda os já inchados bolsos.

[Às vezes fico me perguntando se isso é genialidade ou boa assessoria: os caras estão há alguns muitos anos lançando disco atrás de disco e sempre conseguem ser coesos com a atualidade, diferente de alguns outros tiozinhos que vemos por ai. Genialidade e personalidade ou dinheiro e disciplina? Sei lá... o resultado é bom.]

Enfim, o álbum acabou “vazando” na net (redes P2P) e com pouco esforço é possível consegui-lo (uma possível ação de marketing?).


(...)

Ainda em tempo...
Macaco Bong... na próxima trago alguma coisa deles...

Mullinari___________
04 17 18 25 83 99 ??

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